31/10/2017

O PRIMEIRO SUPER-HERÓI JAPONÊS A CONQUISTAR OS BRASILEIROS: NATIONAL KID

 
Como todos (ou quase todos) sabem, tokatsu é uma expressão japonesa que remete a filmes e séries com efeitos especiais. Hoje é mais utilizada para se referir a séries com super-heróis como National Kid, Ultraseven, Jaspion e Changeman.
A primeira tokatsu que conquistou os brasileiros foi National Kid, transmitida inicialmente pela TV Record em 1964. O sucesso foi tão grande que ela foi reprisada por diversas emissoras e décadas depois lançada em DVD para os saudosistas da época.
Produzida pela Toei Company – a mesma de Robô Gigante, cabe aqui lembrar – National Kid estreou no Japão em 196o pela TV Asahi. Contava as aventuras de National Kid, um super-herói oriundo de Andrômeda. Quando não estava combatendo os vilões da série e livrando a Terra de ameaças alienígenas, assumia a identidade do professor Massao Hata.
Os principais vilões eram os seres abissais, o Império Subterrâneo, os zarrocos do espaço e os incas venusianos. Seres de orelhas pontudas e máscaras, os incas venusianos deram bastante trabalho para National Kid.
Curiosamente, National Kid foi criado para ser garoto-propaganda da marca de produtos eletrônicos National, de propriedade da Panasonic. Levava o nome da empresa para aumentar a venda dos produtos. Ninguém, no entanto, imaginou que ele fosse ganhar vida própria.
National Kid teve apenas uma temporada com 39 episódios, exibidos no Japão entre 1960 e 1961. A produção foi realizada de maneira amadora, com orçamento super limitado. As imagens eram em preto e branco e os efeitos especiais deixaram muito a desejar. Mesmo assim, a série marcou época no Brasil e em outros países.

30/10/2017

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO, O FILME ROMÂNTICO QUE SE TRANSFORMOU EM CULT

 
Christopher Reeve tornou-se mundialmente conhecido no final da década de 70, quando encarnou Superman nas telas dos cinemas. Sua imagem é até hoje associada ao super-herói da DC Comics.
Mas no começo da década seguinte, Reeve protagonizou um romance que conquistou inúmeros corações: Em Algum Lugar do Passado (Somewhere in Time). Só para se ter uma ideia do sucesso desse filme, também protagonizado pela atriz Jane Seymour, ele foi inúmeras vezes reprisado na Sessão da Tarde. A cópia em VHS foi uma das mais alugadas na época de seu lançamento.
Em Algum Lugar do Passado conta a história de um rapaz que resolve voltar no tempo para descobrir quem era a misteriosa senhora que revelou ter sido ele um grande amor do passado. A uma certa altura da vida, ele resolve passar alguns dias num hotel grandioso e antigo, onde encontra fotos de uma famosa atriz do início do século XX: Elise McKenna. O que era uma simples curiosidade, acaba se transformando numa obsessão. Ele realizada uma vasta pesquisa sobre a vida da atriz, por quem se apaixona com o decorrer dos dias. A obsessão chegou a um ponto em que ele tenta descobrir uma maneira de voltar ao passado para encontra-la. Quando consegue voltar no tempo, encontra Elise e ambos se apaixonam perdidamente. De volta ao seu tempo, ele tenta várias vezes retornar a 1912 (o ano em que encontra Elise), mas não consegue. Sendo assim, entre em depressão e deixa de comer e beber. Ele morre e encontra Elise num lugar fora do tempo: o paraíso, onde são felizes para sempre.
Em Algum Lugar do Passado também estourou nas lojas de disco, onde vendeu milhares de cópias. A música Somewhere in Time, de John Barry, transformou-se numa das preferidas do público.
Em 2000 foi lançada uma edição comemorativa pelos 20 anos do filme, na qual foi remasterizado digitalmente. Apesar de ter sido massacrado pela crítica da época em que foi lançado (1980), ele caiu nas graças do público, transformando-se numa produção totalmente cult.
Christopher Reeve faleceu em 2004 vítima de um ataque cardíaco provocado por uma infecção. Anos antes, sofrera um acidente que o deixar tetraplégico.

29/10/2017

UM GIBI TOTALMENTE DEDICADO AOS PERSONAGENS DE HANNA-BARBERA


A Hanna-Barbera foi uma empresa especializada na produção de desenhos animados criada nos Estados Unidos pela dupla William Hanna e Joseph Barbera. O primeiro projeto de animação da dupla foi Puss Get the Boot, de 1940, em que lançaram a dupla Tom & Jerry.
Ao contrário do concorrente Disney, que voltava-se sobretudo para o cinema, os estúdios de Hanna-Barbera se especializaram em desenhos para a TV. A primeira série animada lançada para a telinha foi The Ruff & Reddy Show/Jambo & Ruivão, lançada em 1957.
Os desenhos de Hanna-Barbera começaram a ser transmitidos no Brasil ainda na primeira metade dos anos 1960. Mas foi somente na década seguinte que viraram mania entre a garotada brasileira. Zé Colmeia, Jonny Quest, Os Flintstones, Os Jetsons, Manda-Chuva, Carangos e Motocas e Scooby-doo eram transmitidos com frequência por emissora como a Globo, que tinha uma sessão onde 90% dos desenhos tinha o selo HB: a Globo Cor Especial.
Foram lançados brinquedos, álbuns de figurinhas e muitos títulos em quadrinhos. Entre os desenhos que ganharam seu próprio gibi, vale lembrar de Manda-Chuva, Os Flintstones, Zé Colmeia, Dom Pixote e Os Jetsons. Foram também lançados dois títulos voltados para todo o universo HB: Astros HB e Heróis da TV.
Publicado pela Editora Abril, o Heróis da TV reunia histórias diversas com personagens como Space Ghost, Might Tor, Homem-Pássaro, Os Herculóides e Hong Kong Fu. Fez um grande sucesso entre a molecada, que, volta e meia, comprava um Destaque & Brinque com os mesmos personagens (tinha um com a mansão assombrada do desenho Treme-Treme).
O título foi descontinuado no início dos anos 80. Mas, a mesma Abril, acabou lançando posteriormente outro gibi com o mesmo nome. A diferença é que, Space Ghost foi trocado por Homem-de-Ferro, Might Tor por Capitão América... Curioso é que apesar de chamar-se Heróis da TV, poucos heróis da Marvel tinham desenhos/filmes próprios na época.
Os estúdios HB foram comprados pela Turner Broadcast, que, por sua vez, acabou fundindo-se com a Warner, que hoje detém os direitos sobre os personagens.

28/10/2017

TOPO GIGIO, O RATINHO ITALIANO QUE CONQUISTOU GERAÇÕES

 
Os ratinhos mais famosos da TV brasileira são Stuart Little, Mickey Mouse, Ligeirinho, Jerry, Super Mouse, Cérebro e Topo Gigio, entre outros. Mas vamos falar desse último, que ao contrário dos demais, não surgiu nos Estados Unidos.
Na verdade, Topo Gigio é um rato italiano. Foi criado em 1958 por Maria Perego. Graças à sua personalidade infantil e carisma, logo despertou a simpatia do público. Conquistou as crianças de países tão diferentes quanto Estados Unidos, Japão e Brasil. Nos Estados Unidos, transformou-se em estrela do famoso program Ed Sullivan Show.
Topo Gigio estreou no Brasil em 1969, no programa de auditório Mister Show. Mais tarde, ganhou um programa na Globo, em que contracenava com ninguém menos que o humorista Agildo Ribeiro. Além de encenar esquetes, ele aproveitava o espaço na TV para ensinar regras de higiene para as crianças. Com o fim do programa, passou um longo tempo fora do ar.
Foi ressuscitado na década de 80 na TV Bandeirantes, dessa vez contracenando com o ator Ricardo Petraglia. Como sempre, cantava musiquinhas, fazia esquetes e ensinava bons modos à garotada. Costumava encerrar o programa de pijama e com uma oração.
Recentemente, a Globo tentou trazer o personagem para o programa Zorra Total, mas desistiu em virtude dos custos com direitos autorais.
Apesar de permanecer pouco tempo no ar, Topo Gigio transformou-se num verdadeiro sucesso de marketing. Discos, revistas para colorir, bonecos e joguinhos com o personagem venderam como água. Os bonecos ainda hoje podem ser encontrados em algumas lojas de comércio popular. Sinal de que pode não ser tão conhecido quanto Mickey Mouse, mas certamente marcou muitas gerações.

CONFIRA A TRAJETÓRIA DA ELETRORADIOBRAZ, DE LOJINHA DE BAIRRO A GIGANTE DO VAREJO

 
A Eletroradiobraz surgiu no bairro paulistano do Brás – mais propriamente na famosa avenida Rangel Pestana – nos anos 1940 como uma loja de conserto de eletrodomésticos. Foi fundada pelo senhor Ayme Taub e sua esposa Anita Taub.
A empresa de consertos de rádios, ferros de passar roupa e outros produtos eletroeletrônicos começou a mudar quando passou para as mãos de Carlos Taub, filho do casa de fundadores. Ele resolveu diversificar o negócios e vender aparelhos eletrônicos, e em seguida, roupas masculinas e femininas.
O negócio começou a crescer de tal forma que a pequena loja de conserto acabou se transfigurando numa grande magazine onde era possível comprar praticamente tudo, de sapatos a geladeiras. Passou a ocupar um prédio de sete andares interligados por passarelas.
O crescimento da Eletroradiobraz não parou mais a partir desse momento. A empresa abriu o capital nos anos 1970, o que possibilitou que variasse os seus negócios. O primeiro hipermercado surgiu em 1971 com a denominação Baleia (talvez para concorrer com o Jumbo) no bairro da Água Branca, em São Paulo. Ela também passou a contar com um grande depósito na rodovia Anhanguera, também na capital paulista, de onde saiam os caminhões que entregavam os produtos nas residências dos compradores. Aliás...
O crescimento deu origem a outras empresas, entre as quais a Eletroradiobraz Veículos (que era concessionária da Chevrolet), Ebrace Construções, Elagro Agropecuária etc. O grupo passou a contar com 16 magazines, 26 hipermercado e 8 supermercados. Até que recebeu uma proposta tentadora do Grupo Pão-de-Açúcar.
Só não diremos que a Eletroradiobraz sumiu da noite para o dia porque o Pão-de-Açúcar manteve o nome Eletro na nova cadeia de lojas: o Jumbo-Eletro. Ocorreu uma fusão dos supermercados Jumbo com a Eletro, que resultou no Jumbo-Eletro. O elefante simplesmente se casou com a baleia. Com o tempo, a nova cadeia também desapareceu sob a bandeira Extra-Eletro e, mais tarde, deu lugar a Casas Bahia e Ponto Frio.
Mas aí já é outra história...
Fontes: Wikipédia, Falando de Gestão.

26/10/2017

AS AVENTURAS DO INCRÍVEL CHARLIE CHAN E SUA NUMEROSA FAMÍLIA


The Amazing Chan and the Chan Clan foi um desenho dos estúdios Hanna-Barbera. Estreou no canal CBS em 1972 e foi exportado para diversos países. Uma pena que tenham sido produzida somente uma temporada com 16 episódios.
Batizada no Brasil como As Aventuras de Charlie Chan, a série foi inicialmente exibida pela Globo dentro do antigo programa do meio-dia Globo Cor Especial.
As Aventuras de Charlie Chan contava as peripécias de uma família em torno de crimes misteriosos, que sempre eram solucionados pelo patriarca. O detetive Charlie Chan era convocado para investigar um caso, e na ânsia de ajudar, os filhos resolvem fazer sua própria investigação. E a única coisa que conseguem é se meter em uma encrenca atrás da outra.
Charlie Chan tinha 10 filhos, que levava para todos os lugares: Henry, Stanley, Suzie, Alan, Anne, Tom, Flip, Nancy, Mimi e Scooter. O cachorro pequinês Chu-Chu sempre acompanhava a família. Um dos mais engraçados era Stanley, que era uma espécie de mestres dos disfarces. Outro personagem interessante era Flip, o inventor da turma. Tinha também o furgão da família, que, ao toque de um botão, podia se transformar num trator, caminhão dos bombeiros, ônibus ou qualquer outro veículo. Cabe lembrar que alguns integrantes da turma formavam uma banda de música pop, que sempre tocava uma música diferente ao final de cada episódio.
O interessante é que o personagem Charlie Chan era muito mais velho do que a série animada. Foi criado por Earl Derr Bigger em 1923 para um romance publicado logo em seguida. O primeiro filme com o velho detetive foi lançado em 1926, ainda na era do cinema mudo. Ao longo das décadas seguinte, foram lançados outras quarenta e tantas produções para o cinema. Só o sueco Warner Oland interpretou o personagem em 15 filmes (estranho um ator europeu fazer um personagem chinês).

25/10/2017

PERLA, A CARISMÁTICA PARAGUAIA QUE CONQUISTOU OS PALCOS DO BRASIL


A cantora Ermelinda Pedroso Rodríguez D’Almeida é ainda hoje um grande sucesso de vendas e shows. Chegou a vender 16 milhões de discos e ganhou 11 discos de ouro, entre outra premiações.
Mas você deve estar pensando: “Mas eu nunca ouvi falar nessa tal de Ermelinda Pedroso!”. A coisa muda um pouco se mencionarmos seu nome artístico: Perla. Um dos seus maiores sucessos foi Fernando, uma versão em português da famosa música de mesmo nome do grupo sueco ABBA. Lembra dela?
A música Fernando levou Perla aos auditórios de programas como Silvio Santos, Chacrinha e Raul Gil, entre outros. Ajudou a transformar a cantora paraguaio-brasileira numa grande estrela do showbizz. Mas Perla nunca foi uma dessas artistas de apenas um sucesso.
Nascida de uma família de paraguaios, Perla iniciou a carreira artística no grupo Las Maravillas del Paraguay com o pai e os irmãos. Imigrou para o Brasil no início dos anos 70, onde se estabeleceu na cidade de Santos. Começou a se apresentar em casas noturnas do Rio de Janeiro, sempre cantando guaranias, boleros e músicas românticas. Fez versões para diversas músicas europeias e norte-americanas, algumas com grande sucesso. No final da década, chegou a apresentar um repertório com músicas em ritmo “disco”.
Um dos seus maiores hits foi justamente Fernando, lançado em 1976.
O fato é que Perla nunca jamais de se apresentar pelo Brasil. Também nunca deixou de gravar. Entre gravações originais, coletâneas e gravações ao vivo, lançou mais de 30 álbuns. Não sem motivos. Ela é uma das cantoras mais talentosas e carismáticas na ativa.
Perla mantém seu próprio website, onde divulga sua discografia e agendas de shows.

24/10/2017

UM APRESENTADOR DE TV E MULTIMÍDIA POLÊMICO CHAMADO CARLOS IMPERIAL

 
A importância do apresentador Carlos Imperial para a história da TV brasileira é pequena em comparação como Silvio Santos, Chacrinha e Raul, entre outros. Ele comandou um programa de auditório na extinta TV Tupi no final dos anos 70, transferido para a TVS em virtude dos problemas financeiros da antiga emissora de Assis Chateaubriand.  
O Programa Carlos Imperial estreou em 1978 com artistas da moda, muitos ligados à disco music (um dos quadros de maior sucesso era justamente um concurso de “discoteque”). Nele, Imperial apresentava artistas como Gretchen, Fábio, Perla, Dudu França, Gilberto Santamaria e Tim Maia. As bailarinas do palco eram chamadas de “lebres” do Imperial.
O programa, no entanto, permaneceu poucos anos no ar. Carlos Imperial, no entanto, só deixou a TV com a sua morte, em 1992. Ele permaneceu durante muito tempo no ar como jurado do Troféu Imprensa, por exemplo.
Deve-se a Imperial a descoberta de diversos nomes da música brasileira, a começar por Roberto Carlos. Ele também teve papel decisivo nas carreiras de Elis Regina, Clara Nunes, Wilson Simonal, Tim Maia e outros.
Carlos Imperial foi também colunista de celebridades, produtor musical e até ator pornô. Chegou a participar de diversas pornochanchadas durante os anos 1970. Mas também era um grande polemista. Simulava brigas como personalidades da moda, plantava mentiras nos jornais, dava declarações polêmicas para a imprensa e abusou de muitos métodos escusos para se manter em evidência.  

23/10/2017

VAMP, A NOVELA SOBRE VAMPIROS QUE CATIVOU A JUVENTUDE DOS ANOS 90


Transmitida entre 1991 e 1992, a novela Vamp fez um sucesso tremendo nas faixa das 19h da Rede Globo.
Voltada basicamente para o público-jovem, Vamp conquistou pessoas de quase todas as idades. Contava a história de Natasha (Cláudia Ohana), uma roqueira que fez um pacto com o vampiro Vladimir Polanski (Ney Latorraca) para se tornar uma estrela internacional. Disposta a desfazer o pacto e destruir Vlad, como o vampiro era chamado, ela parte para a cidadezinha de Arraial dos Anjos atrás da cruz de São Sebastião, que está escondida em algum lugar. Somente o artefato podia ajuda-la a cumprir sua missão. Em sua busca, Natasha se envolve com o viúvo capitão Jonas (Reginaldo Faria) e sua imensa família. Disposto a capturar a roqueira, Vlad transforma boa parte da população de Arraial dos Anjos em vampiros.
O elenco de Vamp contou com Cláudia Ohana, Ney Latorraca, Reginaldo Faria, Fábio Assunção, Giulia Gam, Joana Fomm, Nuno Leal Maia, Otávio Augusto, Vera Holtz e Marcos Frota. Foi escrita por Antônio Calmon e dirigida por Jorge Fernando, Fábio Sabag e Carlos Manga Jr., com direção-geral de Jorge Fernando.
Vamp foi em grande parte inspirada no filme A Dança dos Vampiros, do cineasta Roman Polanski (tanto que o sobrenome do vampiro da trama era Polanski). O autor Antônio Calmon pretendia repetir o sucesso do seriado Armação Ilimitada com o público jovem.
O sucesso da trama entre os jovens motivou a Editora Globo a lançar um álbum de figurinhas com os personagens. Foram lançadas três trilhas sonoras, sendo uma dirigida especialmente para o público jovem. A novela foi ainda vendida para vários países, entre os quais Portugal, Venezuela e Moçambique. Vamp foi também reapresentada em Vale a Pena Ver de Novo. Recentemente, transformou-se num musical para o teatro.
Com algumas cenas em ritmo de videoclipe, Vamp marou a história da televisão brasileira. Para quem viveu a década de 1990, ela é, sem sombra de dúvida, uma das novelas mais inesquecíveis da época.

22/10/2017

TRÊS BELAS DETETIVES E UM PATRÃO MISTERIOSO NO SERIADO AS PANTERAS

 
Farrah Fawcett foi uma das atrizes norte-americanas mais populares dos anos 1970. Chegou a posar nua para a Playboy, levando a revista a bater recordes de vendagem. Foi esposa dos atores Ryan O’Neal e Lee Majos (o famoso Homem de Seis Milhões de Dólares, lembra?).
A popularidade de Farrah entre os brasileiros deveu-se em grande parte à participação dela no seriado As Panteras (Charlie’s Angels, no original), onde contracenou ao lado de Jaclyn Smith e Kate Jackson.
Produzido por Aron Spelling (Casa 20, A Ilha da Fantasia e outras séries bastante conhecidas), As Panteras foi lançado no canal ABC em 1976. No total, teve cinco temporadas e 158 episódios.
As Panteras conta as aventuras de três belas investigadoras da agência de detetives comandada por Charlie Towsend. São auxiliadas pelo homem de confiança John Bosley (David Doyle), que mantém a ponte entre elas e o enigmático patrão. O curioso é que Charlie raramente aparece, e quando dá para surgir, seu rosto nunca é mostrado (detalhe: ele está sempre à beira de uma piscina ou numa praia paradisíaca ao lado de belas mulheres). Ele só se revelou no último episódio da última temporada, transmitido nos Estados Unidos em 1981.
A primeira atriz a abandonar a série foi justamente Farrah Fawcett, sendo substituída pela também loira Cheryl Ladd. A única a participar de todas as temporadas foi Jaclyn Smith.
As Panteras foi inicialmente exibida durante a Quarta Nobre, na Rede Globo. Mais tarde, passou pela TV Gazeta, Canal 21, Fox e TCM. É considerada um clássico dos anos 70, ao lado de seriados como A Ilha da Fantasia, O Homem de Seis Milhões de Dólares e O Planeta dos Macacos. Inspirou um desenho de Hanna-Barbera, o Capitão Caverna e As Panterinhas. No começo dos anos 2000 foi adaptada para os cinemas, dessa vez com Drew Barrymoore, Cameron Diaz e Lucy Liu no papel das detetives (a continuação teve a participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro).

20/10/2017

CONHEÇA 10 MODAS E MANIAS QUE EMBALARAM O BRASIL DE 1970


O acontecimento que mais deu o que falar em 1970 foi a Copa do Mundo do México. Com a conquista do título pela seleção brasileira, o país inteiro entrou em festa. Pelé, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto e demais jogadores viraram verdadeiro ídolos.

A Copa nem tinha começado e as crianças já colecionavam o álbum de figurinhas Campeonato Mundial México 70. A capa tinha um retrato de Pelé supostamente olhando para a taça Jules Rimet (imagem acima). Detalhe: esse não foi o único álbum de figurinha da Copa.

A vitória no México criou uma verdadeira onda nacionalista. As pessoas ouviam com frequência Prá Frente Brasil, de Miguel Gustavo, canção que incentivava e enaltecia a seleção brasileira. Na mesma época, ouvia-se muito a música Eu Te Amo, Meu Brasil, de Dom e Ravel.

Entre as músicas mais ouvidas estão País Tropical, de Jorge Ben; Jesus Cristo, de Roberto Carlos; e Aquela Abraço, de Gilberto Gil.

Dos filmes de maior bilheteria nos cinemas, vale lembrar de Love Story e Aeroporto. Esse último ajudou a lançar a moda dos filmes-catástrofe dos anos 70.

Entre os atores mais prestigiados no cinema estão o brasileiro Amácio Mazzaroppi, o norte-americano Jerry Lewis e o britânico Sean Connery.

A novela de maior sucesso desse anos foi Irmãos Coragem, de Janete Clair. A trama tinha Tarcísio Meira, Glória Menezes, Cláudio Marzo, Lúcia Alves e Cláudio Cavalcanti, entre outros, no elenco.

As pessoas assistiam seriados importados como Perdidos no Espaço, A Feiticeira, Papai Sabe Tudo e Ultra Q.

Ocorre a primeira Bienal do Livro em São Paulo, atraindo um público maior do que o esperado.

Um dos lugares da moda – frequentada principalmente por jovens – na cidade de São Paulo é a Rua Augusta.


O RETRATO DA JUVENTUDE REBELDE DOS ANOS 60 EM HAIR


Existe algum filme que ajude a entender o movimento hippie, a contracultura dos anos 60 e os protestos contra a Guerra do Vietnã? Que seja algum que dê um apunhado da musicalidade dos últimos anos da década? E que faça um retrato dos Estados Unidos da época?
Esse filme não só existe como pode ser assistido na internet. Chama-se Hair e foi lançado em 1979 por Milos Forman. Hair é uma adaptação de uma peça de mesmo nome que fez grande sucesso na Broadway.
O enredo gira em torno da rápida aventura de Claude, um jovem do interior dos Estados Unidos de passagem por Nova York antes de se inscrever para lutar na Guerra do Vietnã. Claude conhece uma garota da alta sociedade por quem se apaixona e um grupo de hippies que tenta convencê-lo a não partir para a guerra. Ao final, ele acaba lutando no conflito.
Grande parte das cenas foram filmas no Central Park, em Nova York.
Hair é um musical inesquecível. Além da música Aquarius – que é considerada uma das melhores músicas do cinema de todos os tempos –, diversas canções bem de acordo com os ritmos da época desfilam na tela. O detalhe é que algumas músicas da peça original foram cortadas do filme.
Aliás, o filme possui várias diferenças em relação à peça, e uma dela diz respeito ao destino final dos personagens principais.
Com John Savage, Treat Willians e Beverly D’Angelo no elenco, Hair deu muito o que falar na época em que foi lançado. Arrancou elogios tanto da crítica quanto do público. Devemos lembrar que foi lançado numa época em que os musicais voltavam com tudo a conquistar os fãs do cinema. Quem não lembra de Grease, Saturday Night Fever, Xanadu e All That Jazz?

19/10/2017

JIM DAS SELVAS, O HERÓI DAS MISTERIOSAS FLORESTAS ASIÁTICAS

 
Se existe um personagem desconhecido das novas gerações, é Jim das Selvas. Criado por Alex Raymond – ou seja, o mesmo cara que deu vida a Flash Gordon –, Jim surgiu pela primeira vez em janeiro de 1934.
Podemos de certa forma dizer que Jim é uma versão mais madura e civilizada de Tarzan. Possui visual de caçador e está sempre se embrenhando pelas florestas com seu amigo Kolu.
A novidade é que as aventuras de Jim se passam nas desconhecidas florestas de Java, Sumatra e Bornéu, no Sudeste Asiático. São cenários com animais selvagens, selvas fechadas e correntezas indômitas que agradaram em cheio aos leitores. Outra diferença é que ele é um caçador profissional (algo impensável para um herói nos dias atuais).
Jim das Selvas começou a ser publicado em conjunto com Flash Gordon nos jornais de domingo. Raymond, no entanto, acabou abandonando o personagem, deixando-o com outros ilustradores.
Uma revista chegou a ser publicada nos Estados Unidos, embora por pouco tempo. Ocorreram algumas republicações. No Brasil, o personagem surgiu no suplemento Infantil do Jornal A Nação. Chegou a ser publicado pela RGE, que encomendou roteiros novos depois que o material americano se esgotou. A revista, no entanto, não fez tanto sucesso quanto Fantasma, Mandrake, Tarzan e Zorro, entre outros heróis que “circularam” por aqui em décadas passadas. Foi encerrada e se tornou uma raridade nas mãos dos colecionadores.

17/10/2017

AS INESQUEÇÍVEIS CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS DO ANTIGO BAMERINDUS

 
O banco Bamerindus patrocinou algumas das campanhas publicitárias mais inesquecíveis da TV brasileira. Uma delas tinha o ator Toni Lopes – cuja barba chamava a atenção do público – como garoto propaganda. Ele costumava dizer ao fim do comercial: “Ah, esse Bamerindus”. Outra propaganda memorável apresentava um trio musical que sempre cantava “o tempo passa/o tempo voa/e a poupança Bamerindus continua numa boa”. A terceira era, na verdade, uma campanha institucional chamada “O Brasil se faz com gente que faz”. Era sempre exibida aos sábados, antes do Jornal Nacional. Apresentava casos de ONGs e pessoas comuns que de alguma forma faziam trabalhos voluntários.
O Banco Mercantil e Industrial do Paraná (Bamerindus) tinha sede em Curitiba, na capital paranaense. Foi fundado em 1929 por Avelino Antônio Vieira, na cidade de Tomazina. Cresceu de tal forma que se tornou uma das maiores instituições financeiras da América Latina. Chegou a concorrer quase em pé de igualdade com concorrentes como Itaú e Banco do Brasil.
Mas em 1994 o banco entrou em dificuldade e entrou para o programa de recuperação econômica do sistema financeiro, conhecido como PROER. Sofreu uma intervenção do governo e foi vendido para o HSBC.



16/10/2017

UM TUBARÃO DE BOM CORAÇÃO E CORAJOSO NA SÉRIE ANIMADA TUTUBARÃO

 
Os grupos de adolescentes músicos eram bastante comuns nos desenhos animados dos anos 70. Entre eles estavam os grupos de Josie e as Gatinhas, Charlie Chan, Os Impossíveis (que não eram assim tão adolescentes), The Archies e Tutubarão.
Grupos de adolescentes com animais de estimação também eram comuns. Basta lembrar de Scooby-Doo, Fantasminha Legal, Clue Club, Goober e os Caçadores de Fantasmas e novamente Tutubarão.
Dizem que Tutubarão (Jabberjaw, no original) foi criado para a aproveitar a onde dos filmes sobre monstros marinhos iniciada com o clássico Tubarão, de Steven Spielberg. A turma de Tutubarão teria sido em muito inspirada na turma de Scooby-Doo, uma dos maiores sucessos dos estúdios Hanna-Barbera.
Tutubarão e seus amigos viviam numa cidade submarina do futuro. Formavam a banda de música pop Os Neturnos e de vez em sempre se envolviam em confusões super complicadas. Ao contrário dos medrosos Scooby-Doo e Goober, Tutubarão era um sujeito bastante corajoso. Tentava enfrentar os vilões, mas sempre era salvo/resgatado de última hora por seus amigos. Seu bordão “Não tem respeito”, tornou-se muito popular.
O grupo era formado pelo guitarrista Bife, tecladista Bolha, contrabaixista Linguiça (que, por sinal, lembrava muito um tal de Salsicha) e Leila, a garota do pandeiro. O baterista era o próprio Tutubarão. Ele era apaixonado por Leila, que sempre se irritava com suas manias.
Tutubarão foi transmitido pela primeira vez pela rede norte-americana ABC e tinha episódios de 30 minutos. Apesar do sucesso relativo, durou apenas duas temporadas. No Brasil, foi transmitido inicialmente pela Rede Globo e mais tarde pelo SBT.

15/10/2017

O SUCESSO METEÓRICO E A CONTURBADA VIDA DE NEUSINHA BRIZOLA

 
Leonel Brizola, ex-governador do estado do Rio de Janeiro, enfrentou diversos adversários políticos ao longo da vida. Devemos lembrar que também foi perseguido pelo antigo regime militar, mas... Parecia que nada lhe dava mais dor de cabeça do que os problemas domésticos. E ninguém dava mais trabalho do que a filha Neusa.
Neusa Maria Goulart Brizola nasceu em 1954 e faleceu em 2011, vítima de hepatite causada provavelmente pelo abuso de drogas. Se tornou nacionalmente famosa em 1983, quando lançou a música Mintchura. Ela estourou nas rádios e se transformou numa das maiores celebridades da música pop daquele ano.
Quem nasceu depois de 1982 certamente não lembra dela. Mas mesmo quem testemunhou o sucesso de Mintchura sustenta a opinião de que Neusinha não passava de uma cantora de um sucesso só. Desconhece o fato de que ela foi uma talentosa compositora, autora de músicas para a TV e o cinema. Mas por que deu tanto trabalho ao pai, um político de longa carreira e candidato a presidente da República?
Parte da resposta está nas drogas. Neusinha era consumidora assídua de entorpecentes como a heroína. Chegou a ser namorada e amante de traficantes. Veio a promover festas em prédios públicos sem o conhecimento do pai.
Neusinha faleceu aos 56 anos de idade, deixando muitas pessoas próximas e admiradores chocados. Sua história foi contada no livro Neusinha Brizola – Sem Mintchura, do jornalista Lucas Nobre.

CLODOVIL, O ESTILISTA QUE CONQUISTOU OS MUNDOS DA MODA, TELEVISÃO E POLÍTICA


Clodovil Hernandes era um dos mais requisitados estilistas do Brasil (ou “costureiro”, como costumavam dizer antigamente). Desenhava vestidos de noiva e festas para as damas da alta sociedade, algumas bastante famosa. Sua rivalidade com o também estilista Dener chamou a atenção da imprensa. Mas Clodovil só se tornaria uma celebridade nacional – ou seja, fora dos circuitos da moda – em 1976, quando participou do programa 8 ou 800 respondendo perguntas sobre a vida de Dona Beja.
Em 1980, foi convidado pela TV Globo para participar do programa TV Mulher. Com apresentação de Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias, o TV Mulher contava com quadros de Xênia Bier, Marta Suplicy e Ala Szerman. O quadro de Clodovil era, obviamente, sobre moda.
A rivalidade com Marília Gabriela (os dois chegaram a discutir ao vivo) levou a Globo a demitir o estilo e contratar Ney Galvão para substituí-lo. Mas quem disse que Clodovil ficou muito tempo desempregado? Ele nem ao menos saiu da Globo e foi contratado pela Bandeirantes para comandar um programa com seu próprio nome. Logo em seguida, veio o convite da Manchete, dessa vez para dois programas: Manchete Shopping Show e Clô Para os Íntimos.
Após um tempo longe da TV (ele tinha sido demitido pelo próprio Adolpho Bloch, proprietário da Manchete), Clodovil voltou para a emissora e passou a apresentar o Clodovil Abre o Jogo. Mas em virtude da crise na Manchete, o apresentador migrou para a CNT. Nos anos seguinte, passou por diversas emissoras, sendo a última a TV JB.
A fama como apresentador estimulou Clodovil a ingressar na carreira política. Tornou-se um dos deputados federais mais votados na época (foi o terceiro mais votado no estado de São Paulo).
Clodovil foi também um dos apresentadores mais polêmicos da TV brasileira. Consta que numa dada ocasião chamou a então prefeita de São Paulo Marta Suplicy (a mesma do TV Mulher!) de “inútil”, “idiota” e “desocupada”. Foi ainda acusado de racismo e antissemitismo.
Clodovil faleceu em março de 2009 em virtude de um acidente vascular cerebral.