05/03/2018

A NOVELA QUE MOBILIZOU O BRASIL EM TORNO DE UM SERIAL KILLER: A PRÓXIMA VÍTIMA


 
Silvio de Abreu é autor de novelas consagradas, entre as quais Guerra dos Sexos, Cambalacho, Rainha da Sucata, Belíssima e A Próxima Vítima. É difícil dizer qual o seu maior sucesso, mas muitos críticos apostam em Guerra dos Sexos e A Próxima Vítima.
Com uma trama totalmente policialesca, A Próxima Vítima foi uma das novelas de maior sucesso de 1995. O elenco contou com nomes consagrados da dramaturgia, como José Wilker, Lima Duarte, Tony Ramos, Suzana Vieira, Aracy Balabanian, Yoná Magalhães, Zezé Mota, Cecil Thiré e Gianfrancesco Guarnieri. Foi escrita com a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral. A direção-geral ficou a cargo de Jorge Fernando.
Com os bairros paulistanos da Mooca e do Bixiga, além do Mercado da Cantareira (também conhecido como Mercado Municipal) como cenários principais, a trama de A Próxima Vítima foi totalmente ambientada na cidade de São Paulo. Contava o romance entre o comerciante Juca (Tony Ramos) e Ana (Suzana Vieira), mas chamou atenção principalmente em virtude de uma série de assassinatos misteriosos.
O primeiro assassinato ocorreu logo no início, da trama, quando uma das personagens foi atropelada por um Opala preto. Logo vieram outros crimes misteriosos, entre o quais a morte misteriosa de um homem que tomou uísque envenenado na sala VIP do aeroporto. No total, foram 10 assassinatos que levaram a polícia a levantar a hipótese de um suposto serial killer. Temos que lembrar que ocorreram outros dois crimes paralelos, sem relação com o vilão da trama.
A Próxima Vítima mobilizou o Brasil inteiro em torno da pergunta “Quem matou?”, ou melhor, “Quem era o serial killer?”. O mistério foi mantido até o último capítulo da novela, quando revelou-se ser Adalberto (Cecil Thiré) o criminoso. Interessante é que foram gravados dois finais, sendo que apenas um foi levado ao ar. Na transmissão da novela em Portugal, o serial killer foi outro personagem.
O personagem mais popular da trama foi Juca, cuja barraca de frutas funcionava no Mercado da Cantareira. Quando visitavam o mercado, os fãs da novela faziam questão de saber onde fica a “barraca do Juca”. Curioso é que ela realmente existe, mas o dono verdadeiro não é o Tony Ramos.
Silvio de Abreu conseguiu chamar a atenção ainda para o amor contido entre Jefferson (Lui Mendes) e Sandrinho (André Gonçalves), os dois personagens gays. Também despertou o interesse do público por mostrar uma família negra de classe média que tinha uma empregada branca.
A Próxima Vítima foi uma das novelas com maior número de participações especiais. Com rápidas aparições, houveram personagens interpretados por Glória Menezes, Francisco Cuoco, Carlos Eduardo Dollabela, Reginaldo Faria, Cláudia Raia e outros atores consagrados. A personagem de Cláudia Raia, por exemplo, apareceu somente no último capítulo.
O sucesso da Próxima Vítima levou a Globo a reprisá-la em Vale a Pena Ver de Novo (com um final diferente, cabe lembrar) e no canal de flashbacks Viva. Ela foi exportada para diversos países. E claro, mobilizou milhões de pessoas no último capítulo. Chegaram até a interromper festas para assistir a novela e saber quem era o serial killer.

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