A história do Mappin começou quando os
irmãos ingleses Walter e Hebert Mappin fundaram a Mappin Stores na rua 15 de
Novembro, no Centro velho de São Paulo. Era o ano de 1913 e a cidade possuía
menos de 500 mil habitantes. Com o tempo, a loja se mudou para a Praça do
Patriarca e mais tarde para a Praça Ramos de Azevedo.
Além de ser a primeira loja com vitrines
de vidro na fachada, o Mappin foi a primeira a introduzir o crediário. Os
clientes podiam fazer suas compras a prazo. Outra inovação foram as etiquetas
com preços nas vitrines.
O Mappin iniciou sua expansão em 1969,
quando inaugurou a loja da rua São Bento. Oito anos depois, foi a vez da loja
da avenida São João. A primeira loja fora do Centro foi inaugurada no bairro do
Itaim Bibi e a primeira fora da cidade de São Paulo foi na cidade de Santo
André. Uma das novidades da loja do ABC foi que o térreo possuía lojas dos mais
variados tipos, inclusive do setor de alimentação.
Nenhum loja, no entanto, superava a matriz
da Praça Ramos em gigantismo. Uma das suas principais atrações era o salão de
chá que funcionava no quarto andar. Com poltronas confortáveis, talheres de
prata e outros itens que chamavam a atenção, ele foi durante décadas
frequentado por personalidades e pessoas da elite.
As mega-liquidações do Mappin transformaram-se
em tradição. Ainda hoje há quem lembre dos jingles dos comerciais de TV, que
eram mais ou menos assim: “Mappin, venha correndo, Mappin/Chegou a hora, Mappin/É
a liquidação”. Mas a loja enchia mesmo era durante o Natal, quando os
paulistanos podiam comprar desde um par de sapatos até uma bicicleta para
presentear na noite mais importante do ano.
Anúncios de página inteira com as ofertas
do Mappin eram com frequência publicados em jornais como Folha de S. Paulo e
Estadão. Por sinal, o Mappin tinha diversos concorrentes, entre os quais a Isnard,
a Eletroradiobraz e a Mesbla.
A rede foi comandada por mais de uma
década por Cosette Alves, que a vendeu em 1996 para o empresário Ricardo
Mansur. Na época, ela contava com 12 lojas. Mansur tentou uma expansão agressiva
com a inauguração de filiais em shoppings. Em seus últimos anos, Mappin e
Mesbla, sua maior concorrente, passaram a integrar uma só rede. Mas a má
administração acabou levando-a ao fundo do poço. O Mappin fechou em 1999,
deixando um grande vazio no coração dos paulistanos mais velhos. A bem dizer, deixou um vazio no coração da cidade.
O prédio da praça Ramos de Azevedo foi
alugado pela rede de supermercados Extra, que inaugurou o Extra-Mappin
(inclusive com o tradicional salão de chá), mas esse durou pouco tempo.
A marca Mappin foi comprada pelos proprietários
da rede de lojas Marabraz, que prometeram ressuscitá-la, ainda que seja apenas
como loja virtual.
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