“Nossos
comerciais, por favor!”, era assim que o apresentador Flávio Cavalcanti
costumava anunciar o intervalo comercial do seu programa.
Assim como J.
Silvestre, Blota Jr. e Carlos Imperial, ele é desconhecido das novas gerações.
Mas todos que acompanharam seus programas na Tupi, Bandeirantes e SBT sabem que
era um dos maiores apresentadores da história da televisão brasileira.
Flávio Antônio
Barbosa Nogueira Cavalcanti nasceu no Rio de Janeiro em 1923 e faleceu em São
Paulo em 1986. Além de apresentador de TV, era crítico musical, compositor e
jornalista (chegou a entrevistar o presidente norte-americano John Kennedy).
Apresentou os programas Flávio Cavalcanti, Um Instante, Maestro! e A Grande Chance.
Além de usar os
conhecidos bordões (“Nossos comerciais, por favor”, “Um instante, maestro!”), Flávio
tinha algumas manias que chamavam a atenção dos brasileiros. Um deles era tirar
e por os óculos a todo momento. Costumava também quebrar discos que não
gostava, muitas vezes por causa de uma música que o desagradava. Chegou a
arrebentar vinis de Rita Lee, Caetano Veloso e outros nomes conhecidos dos
brasileiros (uma curiosidade: o efeito era contrário, pois quanto mais Flávio
criticava um determinado cantor, mais ele vendia).
Se há uma coisa
que Flávio não tinha medo, era de dizer o que pensava. Chegou em vários
momentos a elogiar a censura do governo militar. Temos que lembrar que seu
programa chegou a ficar seis semanas fora do ar justamente por determinação da
censura. O episódio ocorreu quando Flávio mostrou uma matéria sobre um sujeito
impotente que contratou o vizinho para fazer sexo com sua esposa.
Flávio
Cavalcanti foi o primeiro a introduzir um júri em seu programa. Depois de se
apresentarem, cantores famosos eram submetidos às opiniões dos convidados.
Belchior foi elogiadíssimo, mas Zizi Possi...
A principal
matéria-prima dos seus programas era a polêmica. Flávio sabia chamar a atenção
do público, ainda que por muitas vezes tivesse que apelar para o
sensacionalismo.
Seu programa na
TV Tupi permaneceu no ar até 1980, quando a emissora fechou as portas. Em
seguida, ele migrou para a Band. Quando faleceu, em 1986, apresentava o
Programa Flávio Cavalcanti no SBT. Flávio passou mal durante o intervalo
comercial. Hospitalizado às pressas, veio a falecer quatro dias depois em
virtude de problema no coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário