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18/06/2018

O PROFETA, A VIAGEM E OUTRAS NOVELAS ESPIRITUALISTAS DE IVANI RIBEIRO

 
O nome verdadeiro da escritora e novelista Ivani Ribeiro era Cleide Freitas Alves Ferreira.

Cleide Ferreira nasceu na cidade de São Vicente e viveu a maior da vida em São Paulo.

Cleide, ou Ivani, começou sua carreira de roteirista na Rádio Educadora, onde escreveu textos para diversos tipos de programas, incluindo versões para o rádio de filmes e novelas famosas.

A primeira telenovela diária de Ivani foi Corações em Conflito, transmitida pela TV Tupi em 1963. Detalhe: tratava-se de uma adaptação de uma novela de sua autoria escrita para o rádio.

No final da década de 1960, começou a trabalhar para a TV Excelsior, onde chegou a escrever 13 novelas seguidas. Um dos seus maiores sucessos nessa antiga emissora foi A Deusa Vencida.

De volta para a TV, escreveu no início da década de 1970, um dos seus maiores sucessos: Mulheres de Areia. Com Eva Wilma no elenco principal, Mulheres de Areia chegou a incomodar bastante a concorrente Rede Globo em virtude da audiência.

Na segunda metade da mesma década, escreveu duas outras novelas de grande impacto: A Viagem e O Profeta. O detalhe é que ambas tratavam de temas espirituais, que exigiram a assessoria de diversos líderes religiosos, entre os quais o médium Chico Xavier.

A Viagem e O Profeta provocaram tamanho impacto que inspiraram outras novelas de temática espírita nas emissoras concorrentes, sendo uma das primeiras O Todo Poderoso, escrita por Carlos Lombardi, Nei Marcondes e Edi Lima, e levada ao ar entre 1979 e 1980.

A trama de A Viagem foi inspirada nos livros Nosso Lar e A Vida Continua, ambos escritos pelo médium Chico Xavier. Convém lembrar que Nosso Lar foi também levado aos cinemas durante os anos 2000.

A Viagem contou com um elenco de grande peso – e que pouco tempo seria contratado pela Globo: Eva Wilma, Tony Ramos, Ewerton de Castro, Irene Ravache, Cláudio Correa e Castro, Carlos Alberto Riccelli, Kadu Moliterno e Rolando Boldrin.

O Profeta também teve um elenco de peso. Além de Carlos Augusto Strazzer, trabalharam na trama nomes como Rolando Boldrin, Cláudio Correa e Castro, Débora Duarte, Márcia de Windsor, Irene Ravache, John Herbert, Ana Rosa, Walter Forster e Heber Camargo, que fez uma pequena ponta.

Também com uma trama espírita, a novela O Profeta ajudou a alavancar a carreira do cantor Antônio Marcos em virtude da música Quem dá Mais?.

A Viagem e o Profeta não foram as únicas novelas com temática religiosa de Ivani Ribeiro. Antes, ela tinha escrito O Terceiro Pecado, levada ao ar pela TV Excelsior.

Combalida em virtude dos problemas financeiros – e desesperada para angariar audiência –, a Tupi reprisou O Profeta em 1980. Infelizmente, a emissora entraria em falência pouco tempo depois.

Carlos Augusto Strazzer ganharia o troféu de melhor ator de 1977 dado pela APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte, em virtude da sua interpretação em O Profeta.

Ivani Ribeiro transferiu-se para a Globo no início dos anos 80. Sua primeira novela na emissora foi Final Feliz, transmitida em 1982.

Na Globo, Ivani escreveu uma novela espiritualista chamada O Sexo dos Anjos, em que conta a história de amor entre um anjo e um mortal.

Na Globo, Ivani reescreveu as novela Mulheres de Areia, A Viagem e O Profeta. O maior sucesso foi a nova versão de A Viagem, com Cristiane Torloni no papel que foi de Eva Wilma, e Antônio Fagundes no papel antes interpretado por Altair Lima.

A nova versão de A Viagem foi vendida para diversos países, além de reprisada em Vale a Pena Ver de Novo. Chegou também a ser transmitida no canal de flash backs Viva.

Ivani Ribeiro faleceu em 1995, aos 73 anos, em virtude de problemas renais decorrentes de uma diabetes.

30/04/2018

AVENIDA BRASIL, A NOVELA QUE CONSEGUIU PARAR TODO O PAÍS



Exibida pela Rede Globo em 2012, Avenida Brasil foi a terceira novela de maior sucesso da história da televisão mundial, atrás apenas da colombiana Bete, a Feia, e da venezuelana, Kassandra. Ela foi licenciada em 150 países, tornando-se líder de audiência em locais tão distantes quanto Portugal e Marrocos.
Escrita por João Emanuel Carneiro e exibido por Amora Mautner, José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington, Avenida Brasil estreou na Rede Globo em 26 de março de 2012. Sua exibição prosseguiu até outubro do mesmo ano, totalizando 179 capítulos.
Avenida Brasil contou com grande nomes da dramaturgia brasileira em seu elenco, entre os quais Adriana Esteves, Murilo Benício, Cauã Reymond, Marcelo Novaes, Débora Fallabela, Marcos Caruso, Juca de Oliveira e Ísis Valverde.
A trama principal contava a história de Rita (Débora Fallabela), uma garota órfã que faz de tudo para se vingar de Carminha (Adriana Esteves), a madrasta responsável pela morte de seu pai. Ela ocorre quando, após descobrir os planos malignos da dita cuja para se apropriar de seu dinheiro, o pai de Rita flagra a esposa com um amante. Ferido numa briga, ele acaba vagando pela avenida Brasil, onde é atropelado por um jovem apelidado de Tufão (Murilo Benício). Rita é abandonada por Carminha num lixão, onde sofre maus-tratos de alguns frequentadores do local. Arrependido pela morte de Genésio (Tony Ramos, em participação especial), Tufão procura Carminha para pedir perdão. Percebendo que ele tinha enriquecido como jogador de futebol, ela finge ser uma pessoa sofrida somente para tirar vantagem dele. Enquanto isso, a já adulta Rita tenta se aproximar dela para consolidar a sua vingança.
O sucesso de Avenida Brasil foi avassalador. O país inteiro parou para acompanhar o último capítulo (por pouco, ela repetiria as audiências recordes de Roque Santeiro e Selva de Pedra, 1a versão). As ruas de algumas cidades ficaram vazias. São Paulo, a maior metrópole do país, passou por uma diminuição surpreendente nos congestionamentos, assim como na quantidade de pedestres nas ruas. Dizem que até a então presidente Dilma Rousseff mudou a sua agenda para assistir esse desfecho.
Avenida Brasil obteve repercussão recorde nas redes sociais, principalmente Facebook e Twitter. Outro feito prodigioso foi a sucessão de reportagens sobre elas nas revistas de grande circulação.

06/04/2018

AS BELEZAS DO MARANHÃO E UMA TRAMA ROMÂNTICA NA NOVELA DA COR DO PECADO



Exibida em 2004 no horário das 19h, a novela Da Cor do Pecado marcou a história da dramaturgia brasileira por inúmeras razões. Em primeiro lugar foi a produção exibida nesse horário com maior audiência durante os anos 2000; em segundo, porque transformou-se numa das novelas mais vendidas no exterior; e por último, porque fez de Taís Araújo a primeira protagonista negra de uma novela da Rede Globo.
Da Cor do Pecado marcou a estreia de João Emmanuel Carneiro como autor principal de uma novela. Além de Taís Araújo, contou com grandes estrelas em seu elenco: Reinaldo Gianecchini, Giovanna Antonelli, Guilherme Weber, Caio Blat, Cauã Reymond, Rosi Campos, Aracy Balabanian, Francisco Cuoco, Sidney Magal, Lima Duarte, Karina Bacchi e Leonardo Brício, entre outros.
A trama principal contava a história de Paco (Reinaldo Gianecchini), um botânico carioca que em viagem a São Luís do Maranhão, apaixona-se pela feirante preta. Ao retornar ao Rio de Janeiro, ele não só resolve contar a verdade para sua noiva Bárbara (Giovanna Antonelli), por quem nunca fui apaixonado, como decide dar um fim na relação. Mas surge um problema: Bárbara anuncia que está grávida. Confuso, Paco volta para São Luís a fim de reencontrar Preta. Só que Bárbara, uma mulher ambiciosa e decidida a casar com Paco para compartilhar sua fortuna, segue-o e tenta de todas as formas acabar com a relação que ele mantém com Preta.
O lado humorístico da trama ficou por conta dos personagens de Rosi Campos, Leonardo Brício – ambos da família Sardinha – e Karina Bacchi.
Da Cor do Pecado levou a cultura maranhense para os lares dos brasileiros. Abordou também o tema do racismo através da relação entre Paco e Preta. Mas conquistou definitivamente a audiência em virtude da trama leve e, principalmente, do romantismo.
O sucesso de Da Cor do Pecado foi internacional. A novela foi exportada para países como Moldávia, Costa Rica, Guatemala, Israel, Cazaquistão, Moçambique e muitos outros países. Alcançou índices expressivos de audiência em Portugal, na Argentina e no Peru.
Da Cor do Pecado foi reexibida em 2007 e 2012.

20/03/2018

PARAÍSO E O AMOR DA SANTINHA PELO FILHO DO DIABO


 
De autoria de Benedito Ruy Barbosa, a novela Paraíso foi um dos grandes sucessos da Globo nos anos 80.
Com Kadu Moliterno, Cristina Mullins, Eloísa Mafalda, Ary Fontoura, Teresa Raquel, Elisângela, Cláudio Côrrea e Castro, Mário Cardoso e Neuza Amaral no elenco, ela contava uma história bastante peculiar: da santinha apaixonada pelo filho do diabo.
A trama de Paraíso se passa no interior do Brasil, e começa propriamente quando Eleutério (Cláudio Côrrea e Castro) compra uma garrafa onde muitos juram haver um diabo preso. Como a esposa de Eleutério (Kadu Moliterno) morreu durante o parto do seu único filho, a população não só atribuiu o ocorrido ao diabo, como alegou ser o menino filho dele. Chamava também a atenção do povo a menina Maria Rita (Cristina Mullins), considerada uma milagreira e cuja mãe Mariana (Eloísa Mafalda) sonha em torná-la freira. José Eleutério e Maria Rita acabam se encontrando e se apaixonando perdidamente, mas são obrigados a enfrentar a oposição de dona Mariana. Com exceção de algumas tramas paralelas, quase toda a história gira em torno do casal de protagonista.
Paraíso se tornou um marco no horário das 18 horas. Chegou a ser reprisada no Vale a Pena Ver de Novo. O sucesso levou a Globo a fazer um remake da trama em 2009, com Eriberto Leão e Nathália Dill nos papéis dos protagonistas.
Benedito Ruy Barbosa é famoso pelas novelas com temática rural, entre as quais Cabocla, Paraíso, Pantanal, O Rei do Gado e Terra Nostra.

05/03/2018

A NOVELA QUE MOBILIZOU O BRASIL EM TORNO DE UM SERIAL KILLER: A PRÓXIMA VÍTIMA


 
Silvio de Abreu é autor de novelas consagradas, entre as quais Guerra dos Sexos, Cambalacho, Rainha da Sucata, Belíssima e A Próxima Vítima. É difícil dizer qual o seu maior sucesso, mas muitos críticos apostam em Guerra dos Sexos e A Próxima Vítima.
Com uma trama totalmente policialesca, A Próxima Vítima foi uma das novelas de maior sucesso de 1995. O elenco contou com nomes consagrados da dramaturgia, como José Wilker, Lima Duarte, Tony Ramos, Suzana Vieira, Aracy Balabanian, Yoná Magalhães, Zezé Mota, Cecil Thiré e Gianfrancesco Guarnieri. Foi escrita com a colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral. A direção-geral ficou a cargo de Jorge Fernando.
Com os bairros paulistanos da Mooca e do Bixiga, além do Mercado da Cantareira (também conhecido como Mercado Municipal) como cenários principais, a trama de A Próxima Vítima foi totalmente ambientada na cidade de São Paulo. Contava o romance entre o comerciante Juca (Tony Ramos) e Ana (Suzana Vieira), mas chamou atenção principalmente em virtude de uma série de assassinatos misteriosos.
O primeiro assassinato ocorreu logo no início, da trama, quando uma das personagens foi atropelada por um Opala preto. Logo vieram outros crimes misteriosos, entre o quais a morte misteriosa de um homem que tomou uísque envenenado na sala VIP do aeroporto. No total, foram 10 assassinatos que levaram a polícia a levantar a hipótese de um suposto serial killer. Temos que lembrar que ocorreram outros dois crimes paralelos, sem relação com o vilão da trama.
A Próxima Vítima mobilizou o Brasil inteiro em torno da pergunta “Quem matou?”, ou melhor, “Quem era o serial killer?”. O mistério foi mantido até o último capítulo da novela, quando revelou-se ser Adalberto (Cecil Thiré) o criminoso. Interessante é que foram gravados dois finais, sendo que apenas um foi levado ao ar. Na transmissão da novela em Portugal, o serial killer foi outro personagem.
O personagem mais popular da trama foi Juca, cuja barraca de frutas funcionava no Mercado da Cantareira. Quando visitavam o mercado, os fãs da novela faziam questão de saber onde fica a “barraca do Juca”. Curioso é que ela realmente existe, mas o dono verdadeiro não é o Tony Ramos.
Silvio de Abreu conseguiu chamar a atenção ainda para o amor contido entre Jefferson (Lui Mendes) e Sandrinho (André Gonçalves), os dois personagens gays. Também despertou o interesse do público por mostrar uma família negra de classe média que tinha uma empregada branca.
A Próxima Vítima foi uma das novelas com maior número de participações especiais. Com rápidas aparições, houveram personagens interpretados por Glória Menezes, Francisco Cuoco, Carlos Eduardo Dollabela, Reginaldo Faria, Cláudia Raia e outros atores consagrados. A personagem de Cláudia Raia, por exemplo, apareceu somente no último capítulo.
O sucesso da Próxima Vítima levou a Globo a reprisá-la em Vale a Pena Ver de Novo (com um final diferente, cabe lembrar) e no canal de flashbacks Viva. Ela foi exportada para diversos países. E claro, mobilizou milhões de pessoas no último capítulo. Chegaram até a interromper festas para assistir a novela e saber quem era o serial killer.

21/02/2018

O IMPACTO DA NOVELA O DIREITO DE NASCER NA TELEVISÃO BRASILEIRA


Exibida pela TV Tupi em 1964, a novela O Direito de Nascer é considerada ainda nos dias atuais um dos folhetins eletrônicos de maior impacto na história da televisão brasileira. Razões não faltam, e nós vamos enumerá-las nas próximas linhas.
Temos que lembrar que a história original foi escrita em 1948 pelo cubano Félix Caignet, mais tarde adaptada em vários países. Vale lembrar também que O Direito de Nascer fez um grande sucesso no rádio brasileiro no início da década de 1950.
Os responsáveis pela primeira adaptação de O Direito de Nascer para a televisão brasileira foram Thalma de Oliveira e Teixeira Filho. Com capítulos de cerca de 30 minutos, ela entrou no ar em 7 de dezembro de 1964. Detalhe: entre os diretores estava o hoje consagrado ator Lima Duarte.
O Direito de Nascer contou com atores como Nathalia Timberg, Amilton Fernandes, Isaura Bruno, Guy Loup, José Parisi, Rolando Boldrin, Marcos Plonka e Oswaldo Loureiro, entre outros, no elenco.
O enredo girava em torno de Albertinho Limonta (Amilton Fernandes), um homem criado por uma madrasta negra que tenta descobrir as suas verdadeiras origens. Envergonhada por ter um filho bastardo, a verdadeira mãe resolve ingressar num convento e se tornar freira. O pai desaparece sem que ninguém tenha notícias dele. Albertinho só descobre a sua origem, obviamente, nos derradeiros capítulos.
Mas porque o folhetim de Caignet causou tanto impacto?
O Direito de Nascer foi a primeira produção desse tipo a conquistar um público cativo. Dizem que até a utilização da rede sanitária caia durante a sua exibição. Em outras palavras, podemos dizer que foi graças a ela que a telenovela se tornou uma mania nacional.
A audiência foi tão impressionante que todo o elenco percorreu em carro aberto da sede dos Diários Associados até o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. No Rio de Janeiro, a festa ocorreu no Maracanãzinho.
O Direito de Nascer teve outras duas outras adaptações, a primeira exibida em 1978 pela mesma TV Tupi, com Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer; e em 1997, pelo SBT, com Guilhermina Guinle e Jorge Pontual. Atualmente, a versão do SBT está sendo exibida pela TV Aparecida.
Além da exibição em rádio e TV, a história foi transformada em livro e fotonovela (lembrando que as fotonovelas fizeram muito sucesso durante os anos 60). Matérias sobre o desenrolar da trama e notícias sobre o elenco costumavam ser veiculadas na imprensa, principalmente nas revistas especializadas em celebridades.
Não é difícil entender como O Direito de Nascer influenciou a televisão brasileira. Embora as telenovelas tenham se tornado parte da rotina dos brasileiros, impacto igual só voltaria a se repetir com Beto Rockfeller, em 1969, e Selva de Pedra, em 1972.

07/02/2018

21 CURIOSIDADES SOBRE AS NOVELAS ESCRITAS POR CASSIANO GABUS MENDES


Cassiano Gabus Mendes nasceu em São Paulo, em 1927, e faleceu em 1993 na mesma cidade.

Cassiano é pai dos atores Tato Gabus Mendes e Cássio Gabus Mendes, além de cunhado do também ator Luís Gustavo.

Acredite se quiser, mas Cassiano foi convidado para ser diretor artístico da recém-inaugurada TV Tupi com apenas 24 anos de idade.

As novelas mais famosas de Cassiano são Anjo Mau (1976), Locomotivas (1977), Te Contei? (1978), Marrom Glacê (1979), Plumas & Paetês (1980), Elas por Elas (1982), Ti-Ti-Ti (1985), Brega e Chique (1987), Que Rei Sou Eu (1989), Meu Bem Meu Mal (1990) e O Mapa da Mina (1993).

As novelas Anjo Mau e Ti-Ti-Ti tiveram duas versões, ambas com grande sucesso de audiência.

O primeiro trabalho importante de Cassiano na Tupi foi a adaptação do filme A Vida por um Fio para a televisão. O sucesso motivou a emissora a investir na adaptação de diversos filmes e livros num programa chamado TV Vanguarda.

A trama de Beto Rockfeller, um dos maiores sucessos da extinta TV Tupi, foi idealizada por Cassiano e escrita por Bráulio Pedroso. Outro grande sucesso nascido na mente prodigiosa de Cassiano foi o seriado Alô Doçura, com Eva Wilma e John Herbert nos papéis de protagonistas.

A novela Anjo Mau, a primeira de Cassiano na Rede Globo, marcou também a estreia de Luís Gustavo, o protagonista de Beto Rockfeller, na emissora.

Luís Gustavo sempre teve atuação marcante nas tramas de Cassiano. Além de Beto Rockfeller, ele interpretou o detetive Mário Fofoca em Elas por Elas, e o estilista Victor Valentim, em Ti-Ti-Ti.

Lançado pelo personagem Victor Valentim (Luís Gustavo) em Ti-Ti-Ti, o batom da marca Boka Loka acabou chegando ao mundo real e fazendo um sucesso tremendo entre as mulheres.

A babá Nice, de Anjo Mau, foi a primeira protagonista de Suzana Vieira numa novela da Globo. Detalhe: ela fez uma participação especial no último capítulo do remake da novela, exibido em 1997.

Locomotivas foi em parte inspirada nas vedetes famosas do teatro de revista, entre as quais Virgínia Lane, Nélia Paula e Mara Rúbia. Uma das personagens mais marcantes dessa novela foi, por sinal, a fictícia vedete Kiki Blanche, interpretada pela saudosa Eva Todor.

Eva Todor fez uma aparição surpresa na segunda versão de Ti-Ti-Ti, interpretando Kiki Blanche, de Locomotivas. Temos que lembrar que a autora Maria Adelaide Amaral também reaproveitou na mesma novela parte da trama de Plumas & Paetês.

Outro personagem de Cassiano que apareceu de surpresa em diversas cenas da segunda versão de Ti-Ti-Ti foi Mário Fofoca (Luís Gustavo), de Elas por Elas.

O ator Dênis Carvalho começou a dirigir novelas da Globo a partir de seu trabalho como diretor em Locomotivas.

Enquanto Locomotivas tinha um salão de beleza como um dos principais cenários, Marrom Glacê tinha um buffef onde ocorriram festas da alta sociedade. Plumas & Paetês e Ti-Ti-Ti abordavam o universo da moda.

Os últimos 42 capítulos finais de Plumas & Paetês foram escritos pelo novelista Silvio de Abreu, que substituiu Cassiano Gabus Mendes quando este precisou se afastar em virtude de um infarto.

O sucesso do personagem Mário Fofoca, de Elas por Elas foi tão grande, que ele ganhou um seriado próprio, exibido em 1983.

Cassiano apresentou a ideia da novela Que Rei sou Eu? em 1979, mas a emissora não permitiu que fosse levada adiante em virtude da conjuntura política da época (o Brasil ainda vivia sob regime militar). Que Rei Sou Eu? só estreou dez anos depois.

Meu Bem, Meu Mal foi escrita por Cassiano em parceria com Maria Adelaide Amaral. Eles combinaram que ele escreveria os capítulos de segunda, quarta e sexta e ela, de terça, quinta e sábado.

A última novela de Cassiano Gabus Mendes foi O Mapa da Mina, exibida em 1993. Ele faleceu 15 dias antes do término da novela, deixando os últimos capítulos escritos. Nas cenas finais, o ator Lima Duarte fez em nome de toda a equipe da novela, bem como da Rede Globo, uma homenagem ao autor.

Fontes: Wikipédia, Memória Globo.

23/01/2018

A EMOCIONANTE HISTÓRIA DA MATRIARCA LOLA NA NOVELA ÉRAMOS SEIS


Entre os livros da famosa série infanto-juvenil Vagalume, vale lembrar de O Escaravelho do Diabo, A Ilha Perdida, Menino de Asas e Éramos Seis.
Escrito por Maria José Dupré, Éramos Seis, é um verdadeiro campeão de vendas da literatura brasileira. Talvez um dos livros mais populares entre os adolescentes, ao lado de O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, e O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
O detalhe é que Éramos Seis transformou-se numa das novelas de maior sucesso da história da TV brasileira. Ou melhor, em quatro novelas! Ele foi adaptado pela primeira vez pela TV Record em 1958. As outras adaptações ocorreram em 1967, 1977 e 1994.
Dona Lola, a protagonista da história, foi interpretada por Gessy Fonseca, Cleide Yáconis, Nicete Bruno e Irene Ravache. Na última versão para a TV, exibida pelo SBT, Irene Ravache atuou ao lado de Othon Bastos, Paulo Figueiredo, Ana Paula Arósio, Otaviano Costa e Caio Blat.
Éramos Seis conta a história de dona Lola e sua família. Com quatro filhos, ela enfrenta diversas dificuldades, que vão da morte do marido ao envolvimento da filha com um homem casado, que era considerado tabu na época em que se passa a trama. A história possui momentos leves e divertidos, mas também alguns bastante triste. Pudera, Lola acompanha a família até a sua completa dissolução. Carlos, o filho mais apegado a ela, acaba morrendo. Os demais filhos seguem cada um o seu destino.
Além de contar uma história emocionante, Maria José Dupré faz um retrato da São Paulo da primeira metade do século XX. Ambientada em pontos como a avenida Angélica, Éramos Seis trata da Revolução Constitucionalista de 1932, Segunda Guerra Mundial e outros eventos históricos importantes.
Além de ganhar a TV, Éramos Seis foi adaptada para o cinema e teatro. É ainda nos dias atuais um dos livros mais vendidos da série Vagalume.

10/01/2018

MULHERES DE AREIA, O MAIOR SUCESSO DE IVANI RIBEIRO NA TV TUPI


Entre os autores de novela que faleceram, mas ainda hoje lembrado estão Janete Clair, Dias Gomes e Ivani Ribeiro. Esta última escreveu diversas novelas para a extinta TV Tupi, incluindo A Viagem e Mulheres de Areia.
Levada ao ar entre 1973 e 1974, a primeira versão de Mulheres de Areia foi um dos maiores sucessos da dramaturgia da Tupi. Contou com Eva Wilma, Carlos Zara, Cláudio Corrêa e Castro, Antônio Fagundes, Cleyde Yáconis, Gianfrancesco Guarnieri e Adoniran Barbosa (ele mesmo, o compositor) no elenco.
Mulheres de Areia contava a história de Ruth e Raquel, irmãs gêmeas com personalidades bastante diferentes. Enquanto Ruth é sincera, honesta e apaixonada pelo personagem Marcos (Carlos Zara), Raquel é ambiciosa, maldosa e dissimulada. A maior ambição de Raquel é casar-se com Marcos e se apoderar de seu dinheiro. Os conflitos entre as irmãs, bem como as tramas paralelas chamaram a atenção do público. Personagens cativantes como Tonho da Lua (Gianfrancesco Guarnieri) também ajudaram a conquistar a audiência.
Mulheres de Areia marcou para sempre a carreira de Eva Wilma, intérprete das irmãs Ruth e Raquel. Na entrega do Troféu Imprensa de 1974, a eleita Regina Duarte fez questão de repassar o prêmio para Eva em reconhecimento pelo seu trabalho na novela.
Mais tarde, Eva Wilma voltaria a fazer sucesso em outra novela de Ivani Ribeiro na Tupi: A Viagem.
Com a falência da TV Tupi, grande parte do elenco da emissora se mudou para a Rede Globo, inclusive Ivani Ribeiro. Mulheres de Areia passou por um remake, escrita pela própria Ivani. As irmãs Ruth e Raquel foram, nessa versão, interpretadas por Glória Pires. O papel do empresário Marcos ficou com Guilherme Fontes.
A primeira versão de Mulheres de Areia foi filmada na cidade litorânea de Itanhaém, no estado de São Paulo. Durante a sua exibição, ela atraiu inúmeros turistas para lá. As cenas eram gravadas na Praia dos Sonhos. Por sinal, existe até hoje uma estátua naquela praia que lembra muito bem Mulheres de Areia.

22/12/2017

IRMÃOS CORAGEM - A NOVELA QUE INTEGROU O BRASIL


 
Em entrevista para o canal Globo News, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-produtor da Rede Globo, listou as 10 melhores novelas de todos os tempos. Entre as eleitas, quatro tinham como autora a saudosa novelista Janete Clair.
Entre as novelas citadas por Boni estava Irmãos Coragem, levada ao ar entre 1970 e 1971. Foram 328 capítulos de uma trama que, como podemos perceber, durou quase um ano.
Escrita por Janete Clair, Irmãos Coragem contava com um grande elenco espetacular: Tarcísio Meira, Glória Menezes, Cláudio Cavalcanti, Cláudio Marzo, Regina Duarte, Milton Gonçalves, Emiliano Queiroz, Sônia Braga e Dorinha Duval, entre outros.
A trama gira em torno de dois fatores: a dominação de uma região de garimpo por um latifundiário despótico (o coronel Pedro Barros, interpretado por Gilberto Martinho) e a descoberta de um valioso diamante por um garimpeiro (João, personagem de Tarcísio Meira). Os irmãos que dão nome à novela são João, Jerônimo (Cláudio Cavalcanti) e Duda (Cláudio Marzo).
Irmãos Coragem foi a primeira telenovela a unificar o Brasil. Foi exibida de norte a sul, com uma audiência impressionante.
O contexto histórico da trama é bastante interessante, principalmente se levarmos em conta que o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar. Disfarçadamente, Janete Clair transformou os donos do poder em personagem autoritário e despóticos. João representava o militante anti-regime. Temos que lembrar também que a novela estreou num período de encantamento pelo futebol. A seleção brasileira tinha acabado de conquistar o tri-campeonato na Copa do Mundo do México. Uma das tramas envolvia justamente o personagem Duda, cujo sonho era ser jogador de futebol. O curioso é que a novela reuniu mais audiência do que a final da Copa do Mundo.
Janete Clair escreveu a novela sozinha, sem a ajuda de qualquer colaborador. Graças ao sucesso estrondoso, a Globo reprisou a trama duas vezes. A primeira ocorreu em janeiro de 1980, no Festival 15 anos; a segunda, em maios de 1990, no Festival 25 anos.
Em 1995, foi feito um remake de Irmãos Coragem. Dessa vez, os protagonistas foram interpretados por Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo.

05/12/2017

A HISTÓRIA DE TRÊS GERAÇÕES DE UMA FAMÍLIA NA INCOMPREENDIDA NOVELA O CASARÃO

 
O dramaturgo e escritor Lauro César Muniz tornou-se conhecido por suas novelas de tramas complexas, muitas vezes incompreendidas pelo público. Uma delas foi Espelho Mágico, que tinha uma “novela-apêndice” dentro da trama principal (para quem não lembra, chamava-se Coquetel de Amor). Outra foi O Casarão, uma novela com três tramas que se passavam em épocas diferentes. Os mesmos personagens eram interpretados por atores diferentes.
Pois bem, a trama de O Casarão passava-se em 1900, 1926 e 1976. Gira basicamente em torno do amor de Carolina (Sandra Barsotti) e João Maciel (Gracindo Júnior). Conta também a saga das famílias Leme e Galvão, do norte de São Paulo, desde o início do século XX até os anos 70.
A trama começa com o drama da jovem Maria do Carmo (Analu Prestes), mãe de Carolina, que é obrigada pela família a se casar com um homem, embora amasse outro. A história se repete décadas depois quando Carolina se casa contra a sua vontade com Atílio (Dennis Carvalho), embora fosse apaixonada por João Maciel. Já idosa, ela apoia a neta Lina que embora casada com Estevão (Armando Bógus), sente uma grande atração por Jarbas (Paulo José). Nesse ponto, a trama toca no tema do divórcio, que era nessa época era ainda considerado um grande tabu.
Apesar de casada e com família formada, Carolina – que nessa fase foi interpretada por Yara Cortês – nunca esqueceu de João Maciel. Guardava recortes de jornais sobre o antigo amor, até que ambos voltam a se encontrar. João Maciel (Paulo Grancindo) também nutria uma grande paixão por ela e entre encontros e reencontros, ambos voltam a ficar juntos.
O Casarão teve um dos finais mais bonitos da história da dramaturgia brasileira, quando Carolina e João Maciel. Ao chegar um pouco atrasada ao encontro, ela pergunta: “Te fiz esperar muito?”. Ele responde: “Só 40 anos”.
O Casarão recebeu o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte como melhor novela do ano, mas, como dissemos acima, o público teve dificuldades para compreender a história. Mesmo assim, foi reapresentada anos depois num compacto de 30 capítulos.
A trilha sonora nacional, assim como a internacional, venderam como água. Chamaram a atenção as músicas Só Louco, interpretada por Gal Costa, e Fascinação, na voz de Elis Regina. Cantada por Hermes Aquino, Nuvem Passageira se tornou um dos maiores hits daquele ano. Na trilha internacional, fizeram grande sucesso a música-tema de SWAT (do seriado de mesmo nome, que nada tinha a ver com a novela) e When You’re Gone, de Maggie McNeall. Não podemos esquecer de My Life, de Michael Sullivan, brasileiro que fez grande sucesso na época cantando em inglês.

24/11/2017

O SUCESSO DA THALIA, A ETERNA MARIA DO BAIRRO, ENTRE OS BRASILEIROS


Ariadna Thalía Sodi Miranda, ou simplesmente Thalía, é uma das mais conhecidas apresentadoras, atrizes e cantoras mexicanas. Iniciou a carreira ainda nos anos 80, mas tornou-se famosa mesmo nos anos 1990.
Thalía tornou-se uma estrela internacional graças, em grande parte, à chamada “trilogia das Marias”: Maria Mercedes, Marimar e Maria do Bairro. Todas foram exibidas no Brasil, mas nenhuma angariou tantos fãs quanto Maria do Bairro. É sobre ela que nós vamos falar.
Maria do Bairro (Maria la del Barrio, em espanhol) foi produzida pela Televisa e exibida pela primeira vez no Cannal de las Estrellas entre 1995 e 1996. É baseada em outra novela de grande sucesso no México: Os Ricos Também Choram (Los Ricos Tambiém Lloran, no original). Conta a história de uma garota alegre e brejeira chamada Maria, que é obrigada a viver na casa de uma família rica após a morte da madrinha. De origem humilde, ela é educada para aprender os modos da alta sociedade. Nesse ínterim, se envolve com o filho do dono da mansão, um rapaz inconsequente e envolvido com outra mulher.
Apesar de ser dividida em três fases, Maria do Bairro é uma novela de fácil compreensão. A audiência foi bastante expressiva. Isso talvez se deva ao carisma da personagem principal e às situações que algumas vezes soam divertidas. Isso sem contar o sofrimento interminável de Maria nas mãos das vilãs...
Maria do Bairro foi exibida pela primeira vez no Brasil em 1997 através do SBT. E, acredite se quiser, foi reprisada sete vezes pela mesma emissora. Ela ajudou a transformar Thalía numa figura popular por aqui. A atriz chegou a conceder diversas entrevistas para as emissoras de TV brasileiras, algumas ao vivo. Em 1998, desfilou no carnaval do Rio de Janeiro pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense. O interesse por suas músicas também cresceu de forma expressiva.
Como cantora, Thalía vendeu mais de 25 milhões de discos no mundo todo. A música I Want You, em parceria com o rapper norte-americano Fat Joe, chegou a fazer parte da novela global malhação. Thalía foi ainda considerada pelo tabloide britânico The Sun uma das “50 cantoras que nunca serão esquecidas pela história” (além dela, as únicas cantoras presentes na lista foram Glória Stefan e Shakira). Mas como atriz, voltou a fazer apenas uma novela, Rosalinda, de 1999.