Um conjunto de aviões abandonados no
aeroporto de Congonhas, em São Paulo, chamou durante muito tempo a atenção de funcionários
e pessoas que por lá passavam. Eram aviões da antiga companhia aérea Vasp –
Viação Aérea São Paulo, cuja falência foi decretada em 2008.
Fundada pelo engenheiro Heriberto
Siciliano, a VASP surgiu em 1933 em São Paulo. Os primeiros voos partiram do
Campo de Marte, na Zona Norte da cidade. Curiosamente, a empresa começou com
aviões pequenos, com capacidade para menos de dez passageiros.
Estatizada em 1935, a empresa passou a
operar no recém-inaugurado aeroporto de Congonhas e a fazer voos para o Rio de
Janeiro. Continuou nas mãos do governo do estado de São Paulo até o início da
década de 1990, quando foi privatizada. Seu novo proprietário foi o empresário Wagner
Canhedo, que, num agressivo processo de expansão, criou diversas rotas
internacionais. A VASP passou a voar para países como Estados Unidos, França e
Reino Unido, entre outros. Só que...
A VASP não conseguiu manter o crescimento
e começou a cancelar as rotas internacionais. A manutenção dos aviões deixou de
ser feita com periodicidade, obrigando a Justiça a proibir alguns de voar. Com
o passar do tempo, a empresa perdeu espaço para novos concorrentes. E mesmo
voando com menos aviões, chegou um dia em que sequer tinha condições de
abastecê-los. Chegou a pedir recuperação judicial, mas não resistiu.
Os aviões abandonados em Congonhas foram
desmontados e vendidos como sucata.
A VASP cortou os céus do Brasil na mesma
época que empresas como VARIG, Cruzeiro e Transbrasil. Ela é ainda hoje
lembrada pelo jingle, que termina assim: “A VASP abre suas asas, sua
ternura/Pra você ganhar altura/Viajar, voar”.
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