Exibida pela TV Tupi em 1964, a novela O Direito de
Nascer é considerada ainda nos dias atuais um dos folhetins eletrônicos de
maior impacto na história da televisão brasileira. Razões não faltam, e nós
vamos enumerá-las nas próximas linhas.
Temos que lembrar que a história original foi escrita
em 1948 pelo cubano Félix Caignet, mais tarde adaptada em vários países. Vale
lembrar também que O Direito de Nascer fez um grande sucesso no rádio
brasileiro no início da década de 1950.
Os responsáveis pela primeira adaptação de O Direito de
Nascer para a televisão brasileira foram Thalma de Oliveira e Teixeira Filho.
Com capítulos de cerca de 30 minutos, ela entrou no ar em 7 de dezembro de
1964. Detalhe: entre os diretores estava o hoje consagrado ator Lima Duarte.
O Direito de Nascer contou com atores como Nathalia
Timberg, Amilton Fernandes, Isaura Bruno, Guy Loup, José Parisi, Rolando
Boldrin, Marcos Plonka e Oswaldo Loureiro, entre outros, no elenco.
O enredo girava em torno de Albertinho Limonta (Amilton
Fernandes), um homem criado por uma madrasta negra que tenta descobrir as suas
verdadeiras origens. Envergonhada por ter um filho bastardo, a verdadeira mãe
resolve ingressar num convento e se tornar freira. O pai desaparece sem que
ninguém tenha notícias dele. Albertinho só descobre a sua origem, obviamente,
nos derradeiros capítulos.
Mas porque o folhetim de Caignet causou tanto impacto?
O Direito de Nascer foi a primeira produção desse tipo a
conquistar um público cativo. Dizem que até a utilização da rede sanitária caia
durante a sua exibição. Em outras palavras, podemos dizer que foi graças a ela
que a telenovela se tornou uma mania nacional.
A audiência foi tão impressionante que todo o elenco
percorreu em carro aberto da sede dos Diários Associados até o Ginásio do
Ibirapuera, em São Paulo. No Rio de Janeiro, a festa ocorreu no Maracanãzinho.
O Direito de Nascer teve outras duas outras adaptações,
a primeira exibida em 1978 pela mesma TV Tupi, com Eva Wilma e Carlos Augusto
Strazzer; e em 1997, pelo SBT, com Guilhermina Guinle e Jorge Pontual.
Atualmente, a versão do SBT está sendo exibida pela TV Aparecida.
Além da exibição em rádio e TV, a história foi
transformada em livro e fotonovela (lembrando que as fotonovelas fizeram muito
sucesso durante os anos 60). Matérias sobre o desenrolar da trama e notícias
sobre o elenco costumavam ser veiculadas na imprensa, principalmente nas
revistas especializadas em celebridades.
Não é difícil entender como O Direito de Nascer
influenciou a televisão brasileira. Embora as telenovelas tenham se tornado
parte da rotina dos brasileiros, impacto igual só voltaria a se repetir com
Beto Rockfeller, em 1969, e Selva de Pedra, em 1972.
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