05/12/2017

A HISTÓRIA DE TRÊS GERAÇÕES DE UMA FAMÍLIA NA INCOMPREENDIDA NOVELA O CASARÃO

 
O dramaturgo e escritor Lauro César Muniz tornou-se conhecido por suas novelas de tramas complexas, muitas vezes incompreendidas pelo público. Uma delas foi Espelho Mágico, que tinha uma “novela-apêndice” dentro da trama principal (para quem não lembra, chamava-se Coquetel de Amor). Outra foi O Casarão, uma novela com três tramas que se passavam em épocas diferentes. Os mesmos personagens eram interpretados por atores diferentes.
Pois bem, a trama de O Casarão passava-se em 1900, 1926 e 1976. Gira basicamente em torno do amor de Carolina (Sandra Barsotti) e João Maciel (Gracindo Júnior). Conta também a saga das famílias Leme e Galvão, do norte de São Paulo, desde o início do século XX até os anos 70.
A trama começa com o drama da jovem Maria do Carmo (Analu Prestes), mãe de Carolina, que é obrigada pela família a se casar com um homem, embora amasse outro. A história se repete décadas depois quando Carolina se casa contra a sua vontade com Atílio (Dennis Carvalho), embora fosse apaixonada por João Maciel. Já idosa, ela apoia a neta Lina que embora casada com Estevão (Armando Bógus), sente uma grande atração por Jarbas (Paulo José). Nesse ponto, a trama toca no tema do divórcio, que era nessa época era ainda considerado um grande tabu.
Apesar de casada e com família formada, Carolina – que nessa fase foi interpretada por Yara Cortês – nunca esqueceu de João Maciel. Guardava recortes de jornais sobre o antigo amor, até que ambos voltam a se encontrar. João Maciel (Paulo Grancindo) também nutria uma grande paixão por ela e entre encontros e reencontros, ambos voltam a ficar juntos.
O Casarão teve um dos finais mais bonitos da história da dramaturgia brasileira, quando Carolina e João Maciel. Ao chegar um pouco atrasada ao encontro, ela pergunta: “Te fiz esperar muito?”. Ele responde: “Só 40 anos”.
O Casarão recebeu o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte como melhor novela do ano, mas, como dissemos acima, o público teve dificuldades para compreender a história. Mesmo assim, foi reapresentada anos depois num compacto de 30 capítulos.
A trilha sonora nacional, assim como a internacional, venderam como água. Chamaram a atenção as músicas Só Louco, interpretada por Gal Costa, e Fascinação, na voz de Elis Regina. Cantada por Hermes Aquino, Nuvem Passageira se tornou um dos maiores hits daquele ano. Na trilha internacional, fizeram grande sucesso a música-tema de SWAT (do seriado de mesmo nome, que nada tinha a ver com a novela) e When You’re Gone, de Maggie McNeall. Não podemos esquecer de My Life, de Michael Sullivan, brasileiro que fez grande sucesso na época cantando em inglês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário