Entre os
modismos musicais dos anos 1990, vale destacar o grunge, o pagode romântico e o
mangue beat. Este último foi fundado pelos grupos pernambucanos Mundo Livre S/A
e Chico Science & Nação Zumbi.
O mangue beat misturava
ritmos provenientes do pop rock, punk rock e músicas regionais pernambucanas.
Resultou num caldeirão musical que pode ser muito bem exemplificado através do
disco Afrociberdelia, do Chico Science & Nação Zumbi.
Afrociberdelia
ficou 18o lugar na relação dos melhores discos de MPB pela revista
Rolling Stone. Foi também escolhido através de uma eleição feita em 2012 pelo
jornal O Estado de São Paulo como um dos 30 melhores álbuns de música
brasileira da história. E motivos para tanto não faltaram.
Várias músicas
de Afrociberdelia tiveram clipes gravados, entre as quais Macô e Maracatu
Atômico. Foram eles que de certa ajudaram a projetar o mangue beat de uma vez
por todas no cenário nacional. Chico Sciente e Nação Zumbi passaram a ser
presença constante na MTV e programas voltados para videoclipes das demais
emissoras.
O mérito desse
e do disco anterior do grupo – o também imperdível da Lama ao Caos – é a
mistura contagiante de tambores do maracatu com guitarras, da sonoridade
brasileira com a música importada. Chico e companheiros do Nação Zumbi fizeram
a mesma coisa que Caetano, Gil, Mutantes e outros músicos no final dos anos 60
com a invenção da Tropicália. Eles trouxeram novidades para a música
brasileira. Uma novidade contagiante.
Infelizmente,
Afrociberdelia foi o último trabalho de Chico Science com a banda. O músico morreu
num acidente de automóvel numa via de ligação entre Olinda e Recife, deixando
admiradores desolados.
Um detalhe: o
neologismo Afrociberdelia é uma mistura do prefixo Afro como as palavras
cibernética e psicodelia.
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