Houve um tempo
em que as mega-lojas de departamentos faziam grande sucesso entre o público
consumidor. Eram lojas como a Isnard, Eletroradiobraz, Mappin e Mesbla. Essa
última possuía uma loja na rua 24 de Maio, no Centro de São Paulo, onde hoje
funciona uma unidade do Sesc. A matriz da Mesbla ficava no Rio de Janeiro, mais
propriamente na rua do Passeio, no Centro.
A Mesbla surgiu
em 1912, no Rio de Janeiro, como filial da empresa francesa Mestre et Blatgé,
especializada na venda de máquinas. Sua administração foi entregue a um francês
até então residente em Buenos Aires, que em 1939 mudou a razão social e o nome
fantasia para Mesbla S. A. (uma combinação das duas primeiras sílabas do nome
original).
Ao morrer, em
1961, o francês Louis La Saigne deixou uma empresa com mais de 8 mil funcionários,
diversas filiais pelo Brasil e um mix de produtos bastante variado. Seus
sucessores levaram os planos de expansão adiante, transformando a Mesbla numa
das maiores companhias da história do varejo brasileiro. Nos anos 1980, ela
chegou a possuir 180 pontos de vendas. Era possível encontrar filiais – todas de
grande porte, cabe aqui salientar – em cidades tão diferentes quanto Fortaleza,
Santo André, São Luiz e Campinas.
Antigos funcionários
lembram da Mesbla como uma empresa onde era gratificante trabalhar, seja pelos
benefícios trabalhistas, seja pelas chances de ascensão profissional.
A expansão da
Mesbla durou até o início da década de 1990, quando o acúmulo de dívidas
começou a prejudicar a empresa. A essa altura, a Mesbla possuía lojas
especializadas em veículos e náutica. A Mesbla Náutica, na avenida do Estado,
em São Paulo, chamava a atenção de quem por lá passava.
Outro percalço
na trajetória da empresa foi o aumento da concorrência, principalmente dos cada
vez mais populares hipermercados. A Mesbla mudou suas estratégias, criou marcas
exclusivas, contratou executivos e teve que fazer um mega-enxugamento de suas
estruturas, mas não adiantou.
O golpe fatal
ocorreu no final dos ano 90, quando a Mesbla foi comprada pelo excêntrico empresário
Ricardo Mansur. Meses antes, ele tinha adquirido o paulistano Mappin e pensava
em promover uma fusão de ambas as empresas, mas... As dívidas tinham se tornado
insustentáveis. Mansur tentou obter empréstimos públicos, mas sem sucesso.
A Mesbla e o
Mappin fecharam as portas praticamente ao mesmo tempo. Acabava assim uma era de
outro do varejo brasileiro, que ainda hoje enche de nostalgia o público que
frequentava os outrora elegantes centros do Rio de Janeiro e São Paulo.
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