15/10/2017

CLODOVIL, O ESTILISTA QUE CONQUISTOU OS MUNDOS DA MODA, TELEVISÃO E POLÍTICA


Clodovil Hernandes era um dos mais requisitados estilistas do Brasil (ou “costureiro”, como costumavam dizer antigamente). Desenhava vestidos de noiva e festas para as damas da alta sociedade, algumas bastante famosa. Sua rivalidade com o também estilista Dener chamou a atenção da imprensa. Mas Clodovil só se tornaria uma celebridade nacional – ou seja, fora dos circuitos da moda – em 1976, quando participou do programa 8 ou 800 respondendo perguntas sobre a vida de Dona Beja.
Em 1980, foi convidado pela TV Globo para participar do programa TV Mulher. Com apresentação de Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias, o TV Mulher contava com quadros de Xênia Bier, Marta Suplicy e Ala Szerman. O quadro de Clodovil era, obviamente, sobre moda.
A rivalidade com Marília Gabriela (os dois chegaram a discutir ao vivo) levou a Globo a demitir o estilo e contratar Ney Galvão para substituí-lo. Mas quem disse que Clodovil ficou muito tempo desempregado? Ele nem ao menos saiu da Globo e foi contratado pela Bandeirantes para comandar um programa com seu próprio nome. Logo em seguida, veio o convite da Manchete, dessa vez para dois programas: Manchete Shopping Show e Clô Para os Íntimos.
Após um tempo longe da TV (ele tinha sido demitido pelo próprio Adolpho Bloch, proprietário da Manchete), Clodovil voltou para a emissora e passou a apresentar o Clodovil Abre o Jogo. Mas em virtude da crise na Manchete, o apresentador migrou para a CNT. Nos anos seguinte, passou por diversas emissoras, sendo a última a TV JB.
A fama como apresentador estimulou Clodovil a ingressar na carreira política. Tornou-se um dos deputados federais mais votados na época (foi o terceiro mais votado no estado de São Paulo).
Clodovil foi também um dos apresentadores mais polêmicos da TV brasileira. Consta que numa dada ocasião chamou a então prefeita de São Paulo Marta Suplicy (a mesma do TV Mulher!) de “inútil”, “idiota” e “desocupada”. Foi ainda acusado de racismo e antissemitismo.
Clodovil faleceu em março de 2009 em virtude de um acidente vascular cerebral.

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