A Editora Brasil-América Limitada, mais
conhecida como EBAL, surgiu em 1945 pelas mãos de Adolfo Aizen. Foi
extremamente importante para a popularização das histórias em quadrinhos no
Brasil. Publicou revistas como Fantasma, Zorro, Tarzan, Mandrake e O Gato
Félix. Foi também responsável pela chegada dos personagens da DC e Marvel às bancas
de jornais brasileiras.
Antes de criar a EBAL, Aizen foi
proprietário da editora Grande Consórcio de Suplementos Nacionais, com a qual
publicava O Lobinho, O Mirim e o Suplemento Juvenil. Lançada em 1946, o
Suplemento Juvenil foi responsável pela surgimento de heróis como Flash Gordon
e Mandrake no Brasil. O sucesso foi tamanho que chegou a vender 200 mil
exemplares por mês.
O auge da EBAL ocorreu entre os anos 40 e
60, quando chegou a ter mais de 40 títulos mensais com tiragens superiores a
140 mil exemplares. O detalhe é que quando uma publicação vendia menos de 30
mil exemplares era logo descontinuada.
Uma das publicações mais populares era O
Herói, que trazia histórias de vários heróis de aventuras, publicados por
editoras diversas nos Estados Unidos. A mais longeva, no entanto, foi Superman,
publicada de 1947 a 1981 (sim, foram quase 40 anos na mesma editora).
Uma das coleções mais curiosas da EBAL foi
a Grandes Figuras, com biografias em quadrinhos de brasileiros ilustres como
Santos Dumont, Rui Barbosa, José Bonifácio e Machado de Assis, entre outros. Outra
coleção incomum surgiu dois anos depois. Chamada de Biografias em Quadrinhos,
contava a história de grandes nomes da ciência, arte e história mundial.
Ambicioso, Aizen chegou a lançar uma série
de revistas como a quadrinização de grandes clássicos da literatura mundial,
levando para o público jovem autores consagrados. Entre os escritores que
tiveram títulos impressos pela EBAL, vale lembrar de Machado de Assis, Jorge
Amado e José Lins do Rego.
A empresa começou a entrar em decadência
na segunda metade dos anos 70, quando os gibis em formato pequeno começaram a
se popularizar. Ela perdeu os direitos da Marvel e DC para outras editoras. O
golpe final viria com a morte de Aizen. A editora ainda publicaria alguns
títulos, como o gibi em formato girante do Príncipe Valente, mas acabou sumindo
das bancas.
É impossível contar a história das
histórias em quadrinhos no Brasil sem levar em conta o vastíssimo acervo da
EBAL.
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