Os comerciais
de TV da empresa de eletroeletrônicos Sharp do Brasil chamavam a atenção pela
beleza e trilha idílica. Eram geralmente animações com animais mágicos e cenas
surrealistas. Tinham como principais fãs as crianças. Mas o que aconteceu com a
Sharp? Por que, ao contrário da Sharp japonesa, a filial brasileira
praticamente sumiu do mercado?
Convém lembrar
que a Sharp não desapareceu totalmente do mercado brasileiro. Ela continua
ainda na ativa, embora de maneira mais tímida. Comercializa impressoras digitais,
monitores de computador e outro produtos. Até o início dos anos 2000, porém, o
portfólio da Sharp era muito maior. Seus principais carros-chefes eram as
calculadoras de mesa, aparelhos de som 3 em 1, rádios, câmeras de vídeo e televisores.
Os direitos de
produção dos produtos Sharp foram adquiridos pelo executivo Matias Machline em
1965. O grupo Sharp fornecia apenas o nome e o know-how para a fabricação de
seus produtos.
Executivo de
sucesso, Machline chegou a ter 30 empresas, quase todas ligadas à área de
tecnologia. Foi pioneiro na fabricação de computadores no país, beneficiado em
grande parte pela antiga reserva de mercado da área. A situação do grupo Sharp
começou a mudar com a abertura de mercado e posterior inundação das prateleiras
brasileiras por produtos de alta tecnologia (e, convenhamos, alguns com
qualidade superior). Mas a coisa ficou preta mesmo foi coma súbita morte de
Machline num acidente aéreo nos Estados Unidos.
Podemos dizer
que a filial brasileira estava na mão de uma única pessoa. Dizem que sequer havia
um conselho administrativo para substituir Matias Machline. A empresa entrou em
franca decadência. Seus produtos mais vendidos começaram aos poucos a sumir do
mercado. A crise chegou a um ponto em que a empresa japonesa precisou disputar
o nome Sharp no Brasil.
A Sharp foi um
dos principais fabricantes de TV do país. Concorreu com marcas como Telefunken,
Toshiba, Mitsubishi e National.
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