05/11/2017

FÁBRICA DO SOM, O PROGRAMA QUE AJUDOU A REVELAR A JUVENTUDE ROQUEIRA DOS ANOS 80

 
A TV Cultura transmitiu diversos programas de auditório ao longo da sua história. Grande parte era, vale lembrar, dirigido ao público jovem, como a gincana Quem Sabe, Sabe e o musical Fábrica do Som.
Apresentado pelo roteirista, produtor e diretor Tadeu Jungle, o Fábrica do Som tinha esse nome porque era gravado no SESC Pompeia, na região oeste de São Paulo. Ele foi construído em local onde funcionava uma fábrica. O programa foi exibido entre março de 1983 e junho de 1984.
A diferença entre o Fábrica do Som e outros programas destinados aos jovens, como o Som Pop, era que o primeiro revelava novos talentos do rock brasileiro. Eles normalmente se apresentavam com bandas consagradas. Entre esses novos talentos estavam Titãs, Barão Vermelho, Ira!, Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso e Cólera.
O detalhe é que o Fábrica do Som foi transmitido durante o fim da ditadura militar. Havia uma certa liberdade política para os jovens opinarem sobre assuntos de interesse nacional, o que era terminantemente proibido apenas 10 anos antes. O maior inimigo do programa estava dentro da própria TV Cultura. Era o presidente da Fundação Padre Anchieta, Renato Ferrari, um crítico ferrenho daquela liberdade toda (a bem dizer, ele tinha simpatia pela extrema direita).
Podemos dizer que o Fábrica do Som ajudou a divulgar o rock dos anos 80, o que faz dele um dos programas mais importantes daquele período. Pena que tenha sido esquecido.
O Fábrica do Som saiu do ar em grande parte em virtude das pressões políticas do presidente da Fundação Padre Anchieta. A Cultura só voltaria a apresentar algo semelhante no final dos anos 90, quando estreou o Musikaos, apresentado pelo ex-VJ Gastão Moreira.

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