O programa e os filmes do quarteto Os Trapalhões
fizeram um sucesso estrondoso durante os anos 1970 e 1980. Tanto é verdade que
alguns das produções de maior bilheteria da história do cinema brasileiro têm
Didi, Dedé, Mussum e Zacarias como protagonistas. Os Trapalhões nas Minas do
Rei Salomão, de 1977, teve um público estimado em 5,7 milhões de pessoas.
Com seu jeito infantil e ligeiramente delicado (sem
nenhuma conotação homossexual, é claro), o trapalhão Zacarias era um dos mais
queridos das crianças. Foi interpretado pelo comediante Mauro Faccio Gonçalves,
nascido na cidade mineira de Sete Lagoas, em 1934.
Nascido numa família de 11 irmãos, Mauro trabalhou como
vendedor de sapatos antes de ingressar no rádio. O primeiro programa de rádio
em que trabalhou foi Em Babozal Era Assim, da Rádio Cultura de Sete Lagoas. Tentou
ganhar a vida em Belo Horizonte, onde exerceu a função de bancário, mas teve a
vida inteiramente mudada com o convite feito por Walter Franco para a TV
Excelsior do Rio de Janeiro.
Apesar da timidez diante das câmeras, Mauro interpretou
muito bem seus personagens. Um deles era o garçom Moranguinho, inspirado num
personagem da sua cidade de origem. Com a ampla aceitação pelo público, recebeu
outro convite tentador: imigrar para a Rede Record, onde fez parte do elenco de
programas como A Praça da Alegria. Foi aí que chamou a atenção do comediante
Renato Aragão, que logo o chamou para integrar o quarteto Os Trapalhões.
O personagem Zacarias possuía uma risada bem
característica, assim como usava uma peruca que escondia sua calvície.
Conquistou o público logo na estreia em Os Trapalhões, ocorrida em 1976.
Além de participar do programa dominical da Rede Globo
(Os Trapalhões era exibido sempre antes do Fantástico), Zacarias foi
protagonista de inúmeros filmes da trupe: O Rei e os Trapalhões, Os Trapalhões
no Planalto dos Macacos, Os Saltimbancos Trapalhões, Os Trapalhões na Serra
Pelada...
Mauro trabalhou com Renato Aragão, Dedé Santana e
Antônio Carlos Gomes (o Mussum) até 1990, quando faleceu. Deixou uma saudade
indescritível entre os fãs, que ainda hoje acompanham as reprises de Os
Trapalhões e dão risada com suas imitações, seu jeito simples de fazer humor e
sua personalidade carismática.
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